Dizem que gosto não se discute, entretanto, todos hão de concordar que a música de hoje é terrível. Mas, esperem um minuto, não será essa afirmação um reflexo do meu preconceito inerente e da minha nostalgia dos velhos tempos? Ou a música atual é mesmo tão ruim assim? A ciência terá algo a dizer sobre o assunto? Tem sim: pesquisadores realizaram uma análise quantitativa em quase meio milhão de músicas, a procura de mudanças generalizadas nas canções ao longo dos anos. Os resultados revelaram algumas tendências que surgiram nas últimas décadas, nenhumas delas necessariamente boa.
Joan Serra e sua equipe examinaram três aspectos em milhares de músicas gravadas entre 1955 e 2010: timbre, altura, (que a grosso modo corresponde ao conteúdo harmônico da peça, incluindo seus acordes, melodia e arranjos de tom) e intensidade.
Então, o que aconteceu desde 1955? Bem, a variedade tímbrica caiu. Isso significa que as músicas estão se tornando mais e mais homogêneas. Em outras palavras, toda música pop atual soa como se fosse a mesma coisa. Tome a canção abaixo como exemplo, ela é, ou não é não igual a outras milhões espalhadas pelo mundo afora?
O número de acordes e melodias diferentes também tem diminuído. Os músicos de hoje parecem ser menos aventureiros, preferindo seguir os caminhos bem trilhados por seus antecessores.
E da próxima vez que uma pessoa mais velha reclamar que sua música está muito alta, bem, provavelmente ela esteja com razão. A música ficou muito mais alta, desde a metade do século passado. Joan Serra e seus colegas descobriram que o volume da música gravada está aumentando em cerca de um decibel a cada oito anos. Este é um problema, porque quando o volume da música é muito alto, nada nela se destaca. Neste vídeo de 2 minutos, você poderá comprovar como o volume excessivo pode afetar a riqueza e a profundidade de uma gravação.
Tudo dito e explicado, o que esse estudo está tentando dizer, é que seus pais estão certos: a música de hoje não é tão boa como a de antigamente.
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