O teste com coelhos e outros estranhos testes de gravidez

Ter certeza da gravidez é importante para a mulher. Ela pode preparar-se mentalmente para a gestação, pode  evitar o uso de álcool e  outras drogas e até mesmo fazer os ajustes econômicos para a nova situação. Hoje em dia, em qualquer farmácia se encontram testes simples e confiáveis para gravidez, mas nem sempre foi assim.
Como você pode imaginar, a história do mundo está cheia de técnicas bizarras que foram usadas para testar a gravidez humana.

gravidez


Na Antiguidade, gregos e egípcios usavam um método bastante peculiar para confirmar a gravidez. A mulher deveria colocar um pouco de cevada e um pouco de trigo em dois sacos de tecido, nos dia seguintes ela misturava a urina com os cereais de modo uniforme. Se ambos os grãos germinassem; gravidez confirmada, caso não houvesse germinação; alarme falso. O teste tinha ainda requintes de sofisticação: se somente o trigo germinasse, a futura mamãe teria uma menina; agora, se apenas a cevada germinasse; menino na certa.
Hipócrates, o Pai da Medicina, receitava para as pacientes desconfiadas de gravidez uma fórmula  mais simples: bastava que a mulher bebesse, antes de dormir, mel diluído em água. Caso ela tivesse cólicas abdominais, não havia dúvida, ela estava grávida.


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Na Idade Média, o método usado era a uroscopia, ou seja: a análise visual da urina.  O quadro A Dama Anêmica, retrata a cena de uma uroscopia. Nele podemos observar uma mulher pálida e prostrada, sentada sobre uma cadeira, com as mãos unidas. O motivo de uma pessoa com as mãos entrecruzadas, como nesta pintura, é recorrente no mundo das artes, sendo que a intenção do artista é mostrar que o personagem está vulnerável, sem condições de tomar qualquer tipo de atitude. Tais sintomas, na época, eram associados à gravidez. No fundo, podemos observar um médico analisando a urina com a intenção de descobrir se a paciente está grávida. O homem ao lado do médico, provavelmente marido da paciente, observa atentamente.


teste_coelho
Foram dois ginecologistas alemães: Selmar Aschheim e Bernhard Zondek, que começaram a usar o hormônio gonadotrofina coriônica humana (HCG) em testes de gravidez. É aí que os coelhos entraram na história, ou para ser mais exato, as coelhas.
Em 1927, os dois médicos criaram o teste do coelho. O teste consistia em injetar a urina da mulher nos ovários da coelha, o animal era então examinado pelos próximos dias, se apresentasse mudanças no metabolismo, significava que havia HCG na urina da doadora humana. Embora a confirmação do teste pudesse ser feita mantendo os animais vivos, eles eram sacrificados, já que os custos de uma cirurgia tornariam o procedimento inviável economicamente.
Apesar do aspecto bizarro, o teste do coelho detectava a gravidez com precisão, sendo amplamente usado nos Estados Unidos de 1930 a 1950.
Com o tempo, criou-se o mito de que se a coelha morresse, a gravidez era certa, com isso a frase: O coelho morreu ( em inglês, é claro ) tornou-se um eufemismo para se dar a notícia da gravidez.


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O HCG continua a ser usado em testes de gravidez, mas graças aos avanços da ciência, o uso de animais é coisa do passado. Os coelhos agradecem.

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