Antes de começar a contar a história anunciada no título desta postagem, peço licença a vocês para narrar um episódio da minha vida, ele é breve e servirá como prefácio ao assunto de hoje. Nasci e vivi até aos meus 14 anos em uma pequena cidade de Santa Catarina, colonizada por alemães. Lá, conheci e tive a oportunidade de conversar com muitas pessoas que viveram o pesadelo da Segunda Guerra Mundial. Algumas delas foram soldados do Terceiro Reich, outras tantas, foram vítimas do mesmo regime. Todas haviam vindo para o Brasil para recomeçar.
Homem feito, comecei a me interessar por história e descobri a lenda que envolvia aquele ancião: "O Doutor" seria ninguém mais, ninguém menos, do que Joseph Mengele, o Anjo da Morte nazista.
Relatos semelhantes existem aos milhares e até mesmo historiadores sérios tem dúvidas sobre o paradeiro real de alguns nazistas proeminentes. Hoje, nos ocuparemos com uma dessas teorias: a história de Ferdinand Beisel, o sósia de Hitler que supostamente morreu no lugar do ditador alemão.
Ferdinand Beisel era um homem comum, um alemão que igual a outros milhões, via com absoluta naturalidade a sua participação no partido nazista. Certa tarde, Beisel repetiu o costumeiro ritual de se dirigir a uma cervejaria para beber e brincar com os amigos. Não sabia ele, que em poucas horas, sua vida tomaria rumos totalmente inesperados.
Depois de alguns copos de cerveja, Ferdinand teve a "feliz ideia" de imitar a Adolf Hitler, por causa da sua incrível semelhança com o Führer. O fato passaria totalmente despercebido, se não fosse por um detalhe: lá estavam presentes alguns altos membros da hierarquia nazista. Sem hesitar, eles prenderam o nosso pobre bufão, alegando que ele estava zombando do amado chefe nacional.
Para um cidadão comum, alguém que, com certeza, passaria anonimamente ao largo da história, viver junto à alta cúpula nazista tinha lá o seu quinhão de glamour. Entretanto, quando o Exército Vermelho começou a cercar Berlim, essa cortina de ilusão se desvaneceu. A morte vinha sedenta das estepes russas. Beisel ficou agitado e preocupado. Ele pagaria por pecados que não cometera.
Com a iminente queda da capital alemã, o interior do bunker de Hitler em Berlim era um tumulto generalizado. Reuniões secretas, gritos desesperados, tentativas de suicídio e de fuga. Promessas de fidelidade eterna, suicídios levados a cabo, apertos de mão e uma certeza flutuavam no ar viciado do espaço subterrâneo: Hitler não estava mais lá. O contato visual com o Führer passou a ser evitado; perguntas, antes abundantes, agora já não eram mais feitas; a saudação ao líder nazista perdera o entusiasmo e os colaboradores mais íntimos nem sequer lhe diziam uma palavra ou lhe apertavam a mão ao lhe virarem as costas.
Restava o último ato da peça orquestrada pelos responsáveis em garantir a fuga e a sobrevivência do verdadeiro Hitler: a sessão de fotos do Führer observando os escombros da Chancelaria do Terceiro Reich. Nas fotografias ( as duas nessa postagem ) está o hipotético Adolf Hitler, ou seja: Ferdinand Beisel, o desafortunado sósia, que selou o seu destino naquela fatídica tarde em uma cervejaria, ao imitar o líder supremo dos nazistas.
Em seguida, vieram o famoso suicídio de Hitler no bunker; o corpo removido para o pátio da Chancelaria, onde foi colocado ao lado do de uma mulher identificada como Eva Braum; a suposta cremação e o surgimento de um cadáver, reconhecido pelos russos como sendo o de Hitler… tudo teatralidade, quem morreu foi o pobre Beisel, um bode expiatório que os Aliados aceitaram de bom grado.
O Führer alemão já havia embarcado em um submarino da classe XXI e estava singrando as águas do Atlântico, rumo ao novo lar. O homem que mergulhara a humanidade em um oceano de sangue, seguia viagem, ao lado da amante, para um lugar bem distante e tranquilo… o sul da Argentina. Mas essa; essa já é outra história!
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