Os 10 mais extraordinários androides do cinema

O que separa o homem da máquina? Graças à evolução da tecnologia moderna, durante as últimas décadas, essa questão está sendo discutida por muitos pensadores contemporâneos, porém, para cada resposta oferecida, outra questão nasce.

É a nossa capacidade de ser interligados que nos torna humanos? É a nossa faculdade de tomar decisões conscientes? É o fato de que não basta confiar no instinto, mas sim usar as nossas capacidades intelectuais da razão e da previdência? Ou talvez a nossa diferença esteja tão somente  na nossa arrogância, na nossa auto-proclamada superioridade sobre  qualquer outra criação?

Estas são perguntas interessantes, e a lista que segue, descrevendo dez dos androides mais conhecidos na história da ficção científica, pode nos ajudar a respondê-las. Esta lista foi inspirada no romance de ficção científica do lendário autor Philip K. Dick: Podem androides sonhar com ovelhas elétricas? Nela, a palavra androide é usada como termo genérico para criaturas feitas à imagem e semelhança do homem, podendo se referir a androides, ciborgues e robôs.

10 – Bishop – Aliens, O Resgate

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Claustrofóbica e escura, esta sequência de "Alien" conseguiu andar muito bem por conta própria e  ao mesmo tempo, servir como um grande elogio para o seu antecessor.

Bishop, um dos personagens do filme, é um androide que prefere o termo "pessoa artificial." Ele é tão eficiente em seu trabalho, que nos faz perguntar por que não havia mais androides na unidade militar espacial. Uma possível resposta, poderia ser que os androides não eram programados para matar, ( existe algo mais humano do que a nossa infinita capacidade de matar?  ) uma medida de segurança que afirmava a condição deles como uma subclasse de engenharia.

A cena em que Bishop executa seu truque com a faca, tornou-se um clássico instantâneo, seguido pelos adolescentes em todo o mundo, incluindo este  que vos escreve, na época, no auge dos 15 anos, mas devo confessar: eu usava um lápis sem ponta.

9 – David – A.I. Inteligência Artificial


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David é a versão moderna  de  Pinóquio, o boneco que queria virar menino, conhecido por ser um incorrigível mentiroso. Ele é provavelmente o mais inocente, indefeso e triste androide  que já vimos em nossas telas. Aqueles que viram o filme, provavelmente se lembram das tentativas desesperadas de Davi para transformar-se em um menino com a ajuda da Fada Azul.

O robô-criança foi programado para amar incondicionalmente, mas ele é rejeitado, considerado um estorvo pela família que o adquiriu como um substituto para seu filho real. A cena em que o pequeno Davi é abandonado por sua mãe é uma das  mais comoventes da história do cinema.

8 – David – Prometheus

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Michael Fassbender fez um ótimo trabalho como David, ele é, provavelmente, a melhor coisa no tão aguardado filme " Prometheus ", que em muitos aspectos, acabou por ser um fracasso decepcionante.

David é um androide que faz nossa bússola moral perder o norte, inútil tentar descobrir se ele é bom ou  mal. Ele é gentil e tem boas maneiras, mas  tende a fazer coisas más, principalmente por curiosidade científica. Em um momento do filme, ele envenena deliberadamente a champanhe de Holloway. A morte de Holloway não foi intencional, mas poderia David ter sido tão descuidado com a vida humana?

7 – Marcus Wright – O Exterminador do Futuro:  A Salvação


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Marcus Wright, o ciborgue, tem uma característica única dentre os personagens dessa lista: ele acredita piamente ser um homem. Mesmo  se deparando com as entranhas de seu corpo cibernético, ele afirma a sua humanidade, afinal de contas, sua mente existe; ele tem recordações; ele pensa, logo, existe.

Com a evolução da cibernética aliada aos progressos da medicina, o dilema moral de Marcus Wright está mais próximo da realidade do que podemos imaginar. Quando a ciência for capaz de transplantar o cérebro de uma pessoa para um corpo robótico, o que será essa criatura? Sua mente, suas lembranças, sua auto-consciência serão suficientes para colocá-la entre os filhos da humanidade?

6 – Gunslinger – Westworld

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O que aconteceria se robôs fossem integrados em nossa sociedade e, em seguida, se rebelassem contra seus criadores humanos? O filme  Westworld, lançado em 1973 é  primeira tentativa nesse gênero de ficção científica. O cenário é o mais novo parque de diversões da América, onde os turistas são capazes de explorar três simulações realistas da história: o mundo romano, o mundo medieval e o mundo do oeste selvagem dos Estados Unidos.

Enquanto estiver imersa na simulação, a pessoa pode participar de qualquer uma das coisas que se esperaria destes cenários, sem sofrer nenhuma consequência. Ela  pode se envolver em uma briga de bar, visitar um salão, lutar no Coliseu e até mesmo encontrar-se no meio de um tiroteio.

Um problema sério surge, no entanto, quando os androides envolvidos na simulação começam a desobedecer seus criadores. Yul Brynner, em seu papel como o androide Gunslinger,  está fantástico. Aquele sorriso, tão perfeitamente humano e ao mesmo tempo, terrivelmente diabólico, tornou a interpretação de Brynner única e inesquecível. Gunslinger, aos olhos de grande parte dos fãs de ficção científica, ostenta o status de ter sido o primeiro exterminador das telas.

5 – Data – Star Trek

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Data é um androide senciente do universo de  Star Trek, um dos mais cultuados personagens da franquia. Data passou por dificuldades durante os primeiros anos da sua vida para entender os vários aspectos do comportamento humano, sendo incapaz de sentir alguma emoção ou entender algumas das nossas idiossincrasias, inspirando-o a se tornar humano. Esse objetivo eventualmente o levou a instalar um "chip de emoção", em seu cérebro positrônico.

Várias histórias de Star Trek giram em torno da saga de Data em sua busca para entender o que é ser humano. Contudo, o grande entrave para Data alcançar o seu objetivo, na minha opinião, era a total perfeição e pureza de seus atos e conduta. Nenhum homem, nenhuma mulher, é inteiramente puro e  perfeito em seus caminhos.

4 – Robocop

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Robocop está mais perto de ser plenamente humano do que qualquer outro androide nesta lista, embora, talvez sendo o de aparência mais facilmente associável à uma máquina.

Alex Murphy foi o candidato que teve a sorte (ou azar?) de ser escolhido para ser Robocop depois de ser brutalmente assassinado por uma gangue de criminosos. Murphy, em sua nova identidade como Robocop, está legalmente morto, mas ele ainda tem a memória de seus tempos como homem. Ele sonha, ele tem pesadelos.

Em um desses pesadelos, lhe vem a lembrança dos seus assassinos, e então, ele sai em busca de vingança, um ato inerente ao ser humano. Os mesmos dilemas morais expostos no caso de Marcus Wright podem ser aplicados ao de Robocop. Quando a tecnologia permitir que um Robocop  seja possível, qual será a classificação dessa criatura? Homem ou máquina? Só o futuro poderá responder.

3 – Frankenstein – Frankenstein ( 1935 )

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Em 1816, Mary Shelley escreveu Frankenstein, cujo subtítulo é O Moderno Prometeu. A história é sobre um médico que descobriu uma forma de dar vida à matéria inanimada, poder, até então, exclusivo de Deus. O livro já foi levado à tela diversas vezes.

Preconceito, ingratidão e injustiça estão presentes em Frankenstein. A criatura é sempre julgada por sua aparência e agredida antes que possa se defender. Em um episódio, o monstro salva uma garotinha inconsciente e, ao tentar devolvê-la para seu pai, é baleado e acusado de tê-la agredido.

A obra aborda diversos outros temas sensíveis. A relação entre criatura e criador, por exemplo, tem fortes implicações religiosas. Se fomos criados por Deus, por que vivemos num mundo onde a violência, a miséria e a ganância imperam? Quais os limites da ciência? Questões profundas, encontradas em uma simples história de terror e que nos remetem a discussões atuais como: clones para eventualidades médicas são moralmente aceitáveis? Manipulações genéticas para expurgar possíveis falhas físicas e de caráter são ou não uma forma de eugenia? Responda quem tem pendor para a filosofia.

2 – T-800  – O Exterminador do Futuro 


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O Exterminador do Futuro é um grande filme, uma combinação de elementos familiares à ficção científica -  viagem no tempo, inteligência artificial, rebelião das máquinas -  em um roteiro original, repleto de divertidas sequências de ação.

Lembro-me de quando vi o filme na adolescência e passei dias martelando o cérebro com a ideia de John Connor ser mais velho que o próprio pai, Kyle Reese. Também recordo a euforia de quando cheguei à conclusão de que as máquinas foram as responsáveis pelo nascimento de John Connor. Ao mandar um exterminador para impedir o nascimento do líder humano, elas deram início aos eventos que culminariam na gravidez de Sarah Connor. Divagações de quem pretendia viajar no tempo algum dia.

O filme também inspira outra meditação: o uso da tecnologia para tirar vidas. Infelizmente, todos os saltos tecnológicos da humanidade foram dados em função das guerras, então, pode acreditar, se um dia pudermos construir androides tão  perfeitos quanto o vilão interpretado por Arnold Scharzenegger, eles  serão vistos primeiro nos campos de batalha.
 

1 – Roy Batty – Blade Runner


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Blade Runner é essencialmente um poema, uma meditação filosófica sobre a realidade cruel da morte e a falta de sentido da vida.

Roy Batty, o personagem principal, é o androide líder altamente inteligente de  um grupo renegado de androides de Nexus-6. Sua natureza é um misto de curiosidade infantil e vontade violenta, como ele demonstra claramente em suas interações com os pares e humanos. Um dos destaques do filme é a cena em que Roy encontra-se com seu "pai", ele tem tantas perguntas e tanta raiva, tudo o que ele quer é respostas e, claro, a vida, ele tem sede de vida.

As cenas finais do filme são uma síntese fantástica das questões mais importantes da humanidade: a vida e a morte. Roy Batty salva  Deckard, enquanto sua própria vida  vai chegando ao fim. Antes de morrer, entretanto,  ele se senta e profere, provavelmente, o mais belo monólogo da história do cinema, para então, fechar os olhos. Lágrimas na chuva, meu amigo, é isto o que a vida é… apenas lágrimas na chuva.


Veja também:
- 10 Filmes inspirados na obra de Philip K. Dick
- 10 Ciborgues da vida real

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