Todos nós sonhamos. A maioria dos sonhos desaparece da mente logo que acordamos, mas quem já não teve um sonho tão vívido que ainda permanece na memória?
O poeta inglês Samuel T. Coleridge, por exemplo, afirmava que o poema Kubla Khan lhe fora ofertado num sonho ( depois de umas boas tragadas de ópio ) e o biólogo James Watson diz que a estrutura do DNA lhe foi sugerida após ter sonhado com uma série de escadas em espiral.
Há livros famosos cujos autores também creditam-lhes a inspiração aos sonhos. Conheça um pouco mais destas obras.
Crepúsculo
Muita gente odeia Stephenie Meyer por ela ter transformando o universo sombrio dos vampiros em um produto de consumo para adolescentes apaixonadas, mas o sucesso do livro e das inevitáveis adaptações para o cinema é inquestionável.
O interessante é que a escritora americana jura ter sido inspirada a escrever o best-seller através de um sonho.
Segundo Meyer, na noite de 2 de junho de 2003 ela sonhou com uma garota e um vampiro vegetariano que estava apaixonado por ela, mas que ao mesmo tempo, sentia um forte desejo de saciar-se com o sangue da jovem.
Ao acordar, a autora escreveu a transcrição do que é agora o capítulo XIII de Crepúsculo. Detalhe: a ideia mirabolante de fazer os vampiros brilharem como se estivessem cobertos de purpurina, também fora sugerida no tal sonho.
Leia um pouco mais sobre a criação de Crepúsculo
Frankenstein
A história da criação de Frankenstein é desde o princípio ímpar. Confinados pelo tempo, quatro escritores ingleses passam os dias a discutir sobre literatura, ciências e histórias de fantasmas. Então, um deles, Lord Byron, propôs ao grupo o desafio de escreverem um conto com elementos sobrenaturais.
Três deles rapidamente criaram as histórias, mas a inspiração não vinha para Mary Sheley. Foi num pesadelo que o enredo de Frankenstein surgiu na mente da jovem escritora. Ela começou a escrever o que seria um conto, mas incentivada pelo marido: Percy B. Sheley, transformou a ideia num romance: Frankenstein ou o Prometeu Moderno.
O livro foi um grande sucesso e influenciou toda a literatura fantástica.
Leia Frankenstein
O Médico e o Monstro
Robert Louis Stevenson, genial escritor escocês, tinha o hábito estranho de anotar tudo o que sonhava. Diz a lenda que ele escreveu um livro o qual chamou de O Companheiro de Viagem. Ao apresentar o manuscrito para o editor, este lhe disse que a história era engenhosa, mas o enredo fraco.
Depois de várias tentativas fracassadas para melhorar o livro, Stevenson se propôs a sonhar com a história.
E não é que funcionou. O Médico e o Monstro tornou-se um clássico e foi adaptado para o cinema, para o teatro e até para musicais da Broadway.
Stevenson também é o criador de um clássico da literatura infanto-juvenil: A Ilha do Tesouro.
Fernão Capelo Gaivota
Desde 1970, o romance Fernão Capelo Gaivota já encantou gerações de adolescentes, foi publicado em 40 países e vendeu milhões de exemplares.
O autor, Richard Bach, afirma que a história o acompanhava desde a infância, mas sem ter um desfecho, uma continuidade.
Só anos depois foi que conseguiu finalizar o romance, após ter acordado de um sonho que lhe indicava a continuação da narrativa.
Angústia
Stephen King é um dos escritores mais prolíficos ( e ricos ) da atualidade. A ideia de Angústia surgiu durante um sonho num avião. Neste sonho, afirma King, o escritor preferido dele era sequestrado por um fã. Ao acordar, King estava tão empolgado com a história que ficou horas num aeroporto a escrever as primeiras 50 páginas do romance.
Stephen King recorre com frequência aos sonhos para criar seus livros. Em A Hora do Vampiro, ele revelou ter usado a lembrança de um pesadelo da infância para descrever uma casa mal-assombrada.
A Casa dos Espíritos
Isabel Allende conta que escreveu as últimas 15 páginas de A casa dos espíritos pelo menos dez vezes, sem ficar satisfeita com o tom desse final. Foi então que sonhou que falava a seu falecido avô sobre o livro, e, ao acordar, tinha a solução para o problema: “O epílogo deveria ter o tom de uma neta que simplesmente narra uma história ao avô”.
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