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40 fotos da Guerra do Vietnã
Guerra, o auge da selvageria humana. O absurdo que leva milhares de pessoas à morte em defesa dos interesses de uns poucos afortunados. Tem sido assim desde que os primeiros seres humanos pisaram neste planeta e não há indícios que tal loucura cessará algum dia. A religião conduz à guerra, os interesses econômicos conduzem à guerra, as diferenças étnicas conduzem à guerra e até mesmo a busca pela paz, leva os homens aos campos de batalha.
Um tanque M41, do exército vietnamita, avança sobre as posições inimigas em Saigon, Vietnã, em maio de 1960. (Departamento de Defesa dos EUA) |
Um jovem fuzileiro naval espera na praia , Da Nang, no Vietnã, 03 de agosto de 1965. (EUA Marine Corps.) |
Uma bomba de napalm irrompe em uma bola de fogo perto de soldados norte-americanos em patrulha no Vietnã do Sul, em 1966. (AP Photo) |
Vietnamitas feridos recebem ajuda na rua, após a explosão de uma bomba em frente à embaixada americana em Saigon, Vietnã, 30 de março de 1965. (AP Photo / Horst Faas) |
Um helicóptero UH-1D em missão numa área de floresta no delta do Mekong. (Departamento de Defesa dos EUA / Brian K. Grigsby, SPC5) |
Nguyen Ngoc Loan Geral, chefe da polícia nacional sul-vietnamita, dispara sua pistola na cabeça do suspeito Nguyen Van Lem em uma rua de Saigon, em 1 de fevereiro de 1968. (AP Photo / Eddie Adams) |
Manifestantes em Berkeley, Califórnia, marcham contra a guerra no Vietnã em dezembro de 1965. (AP Photo) |
Um acampamento vietcongue é incendiado perto de My Tho, em 5 de abril de 1968. Em primeiro plano, o soldado de primeira classe Raymond Rumpa, de St. Paul, Minnesota. |
Um caça F-100D Super Sabre, dispara contra uma posição do inimigo no Vietnã do Sul, em 1 de janeiro de 1967. (Departamento de Defesa dos EUA) |
O corpo de um paraquedista americano, morto em combate na selva perto da fronteira cambojana, é levantado até um helicóptero de evacuação, em zona de combate, em 1966. (AP Photo / Henri Huet) |
Equipes de TV e soldados sul-vietnamitas cercam Kim Phuc, vítima do “fogo amigo”, num ataque aéreo sobre uma vila de civis, 8 de junho de 1972. (AP Photo / Nick Ut) |
Vista lateral de um helicóptero HH-53, como pode ser visto a partir da posição do artilheiro em um A-1, do 21 º Esquadrão de Operações Especiais. (USAF Foto por Ken Hackman) |
Um vietcongue aguarda interrogatório no Destacamento de Forças A-109, em Thuong Duc, Vietnã, (25 km a oeste de Da Nang), 23 de Janeiro de 1967. (AFP PHOTO / Arquivo Nacional) |
Explosão em um bunker de munição americano em Gio Linh, próximo à zona de desmilitarização entre o norte e o sul do Vietnã, setembro de 1967. (AP Photo) |
Um paraquedista norte-americano ferido, enquanto espera transporte médico, no acampamento base, no vale Shau, perto da fronteira com o Laos, em 19 de maio de 1969. (AP Photo / Hugh Van Es) |
O tanque norte–vietnamita derruba o portão do palácio presidencial em Saigon, o que significa a queda do Vietnã do Sul, em 30 de abril de 1975. (AP Photo) |
Uma análise intelectual da música “Ai se eu te pego”
O professor Gabriel Perissé brinca com a música “Ai se eu te pego”, e explica as origens “culturais” do sucesso de Michel Teló. O texto abaixo foi publicado no Correio da Cidadania. É uma brincadeira, mas tão bem escrita que toma ares de um estudo comparativo.
Analiso abaixo a letra da canção “Ai se eu te pego”, interpretada por Michel Teló, sucesso nacional e internacional. Na primeira estrofe, temos...
Sábado na balada
A galera começou a dançar
E passou a menina mais linda
Tomei coragem e comecei a falar
Cada verso e cada palavra de Teló nos conduzem a universos paralelos da cultura. O primeiro verso faz menção ao “Porque hoje é sábado”, em que Vinícius de Moraes revê a criação do mundo.
A balada a que se refere Teló alude àquele antigo poema com que se narrava alguma tradição histórica, acompanhado ou não por instrumentos musicais. Ou àquela peça puramente instrumental como cultivavam Chopin, Brahms ou Liszt.
A supracitada galera (“turma”, “amigos”, “gente”) de Teló se equipara ao decassílabo “Vogo em minha galera ao som das harpas”, de um poema de Castro Alves.
Reportando-se de novo ao poetinha Vinícius de Moraes (“Garota de Ipanema”), Teló também contempla a menina linda que passa. E vai além. Em êxtase, tomado pela excitação poética, num ato de coragem extrema, o baladeiro se declara:
Nossa, nossa
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
Delícia, delícia
Assim você me mata
Ai se eu te pego, ai ai se eu te pego
A dupla exclamação — “nossa, nossa” — nos remete à admiração de que falava Aristóteles como ponto de partida da reflexão filosófica, ou pode se tratar também de uma forma reduzida da interjeição “Nossa Senhora!”, inserindo o poema no amplo cenário (e não menor mercado) das composições religiosas.
Outra referência inconfundível é o locus poético em que amor e morte se encontram — o clássico “morrer de amor”. O verso “Assim você me mata”, que o cantor faz acompanhar com o abanar da mão em direção ao rosto (simulando morte por asfixia ou enfarte), equipara-se a momentos sublimes da poesia romântica de Gonçalves Dias ou Casimiro de Abreu. Há, entre outros exemplos, um soneto em que Camões, dirigindo-se ao Amor, com ele se queixa: “Que vida me darás se tu me matas?”
Aqui termina o poema de Teló, com uma concisão que lembra Paulo Leminski e Mario Quintana.
Mas parece que os imortais que acima citei não gostaram das comparações feitas aqui. Das suas tumbas erguem-se vozes, cantando em uníssono:
Perissé, Perissé
Assim você nos mata!
Gabriel Perissé é doutor em Educação pela USP e escritor.
Website: www.perisse.com.br